29.12.10

Riqueza, Pobreza e Desastres Naturais

Texto do James Peron, presidente da Laissez Faire Books e editor da revista Laissez Faire!. Íntegra aqui.



Riqueza, Pobreza e Desastres Naturais 

Prosperidade salva vidas. 


O terremoto no Haiti atingiu magnitude de 7.0. Segundo a Wikipedia , o terremoto de Loma Prieta em 1989 em São Francisco atingiu magnitude de 7,0 ou 6,9, dependendo de qual é a escala utilizada. Em outras palavras, as intensidades foram bastante semelhantes. O Haiti é devastado. Se o New York Times estiver correto, o número de mortos pode ser de dezenas de milhares. O número de mortos no terremoto de 1989 foi 63, se você incluir as mortes indiretas. 

A diferença é a riqueza. San Francisco é uma das áreas mais ricas em nossa parte do mundo, enquanto o Haiti é a mais pobre. A pobreza faz com que as catástrofes naturais sejam piores. A riqueza as atenua. Você poderia pensar que aqueles que se preocupam com os pobres do mundo promoveriam políticas que aumentassem a riqueza. Em vez disso, eles aprovam as políticas que restringem a criação de riqueza e o fazem intencionalmente, sabendo que vão restringi-la 

A Fundação Heinrich Böll, uma filial do Partido Verde alemão, publicou um relatório sobre as áreas ricas, como São Francisco, como sendo habitadas por "sobre-consumidores”-"over consumers". Por outro lado, aqueles que habitavam áreas pobres como o Haiti eram chamados de "sub-consumidores”-"under consumers". Mas isso é um equívoco, uma vez que o autores do relatório também deixam claro que, no seu paraíso ideal de planejamento central, os "sub-consumidores” não deveriam alcançar os “sobre-consumidores”. Eles apontam que, em nome da igualdade, os "sobre-consumidores" deveriam ter suas riquezas distrubuídas. Eles muito explicitamente atacam aqueles que tentam ajudar a desenvolver as nações mais pobres do mundo, porque essas pessoas "trabalham para aumentar o piso - ao invés de diminuir ou modificar o teto .... A redução da pobreza, em outras palavras, não pode ser separada da redução da riqueza ". 

A verdade é que as pessoas ricas podem suportar os piores encargos que a Mãe Natureza jogar sobre nós. Eu sei que os Verdes querem que todos vivam em sintonia com a natureza, mas a Mãe Natureza não tem sentimentos, nem compaixão e ficaria muito feliz em transformá-lo em adubo. Condenem o materialismo e a riqueza o quanto quiserem, mas eles salvam vidas. Claro, se você odeia os humanos, então você não vai se importar. Mas quaisquer problemas cujas causas são atribuídas à criação de riqueza, eles empalidecem em comparação com os problemas que acompanham a pobreza. 

O terremoto no Haiti infligiu morte maciça porque a pobreza aumenta o mal que vem com as catástrofes naturais. O terremoto de São Francisco levou a poucas mortes, mesmo com uma magnitude semelhante, porque a área é produtiva e rica. E, muitas das mortes que aconteceram foram por causa das políticas equivocadas do governo. Por exemplo, o colapso da Freeway Cypress, que matou 42, construída pelo Estado em um aterro sanitário que tenderia a se liquefazer durante um terremoto. Essa liquefação, combinada com o fracasso do Estado em reforçar as falhas conhecidas na estrada, conduziu diretamente para o colapso e as mortes. 

Da mesma forma, a outra grande concentração de destruição foi no Distrito de Marina de São Francisco. O distrito de Marina foi o local da Exposição Internacional Panamá-Pacífico em 1915, que foi construído pela prefeitura em áreas de lama e zonas úmidas. Após o término da exposição, a cidade, em seguida, vendeu a propriedade para empreendedores para a construção de habitações. Foi lá que sete prédios desabaram e 63 ficaram danificados tão severamente que tiveram de ser demolidos. Quatro morreram no distrito de Marina. 
O desastre em Nova Orleans foi um exemplo similar. Quando os diques mantidos pelo governo falharam durante o furacão Katrina, a cidade foi inundada. As pessoas que sofreram foram os pobres, especialmente os pobres que dependiam de transporte de massa do governo para evacuá-los. Aqueles em melhor situação fugiram em seus carros. Mas uma grande percentagem de cidadãos não possuía automóveis. Randal O'Toole escreveu: 


"Ouvimos dizer que 60 por cento dos moradores de Nova Orleans eram negros, mas tem sido pouco notado que um terço das famílias negras não possuem um carro - nem 15 por cento das famílias brancas. Foram essas pessoas que ficaram para trás quando as pessoas com carros evacuaram " 


O'Toole observa que nos anos anteriores, quando a riqueza era menor no país, as taxas de mortalidade relacionadas a furacões eram maiores. Quando Galveston foi atingida por um furacão em 1900, as pessoas não conseguiram escapar a tempo porque não existiam automóveis. Agora, mesmo as grandes cidades podem ser evacuadas antes que um furacão a atinja porque as pessoas têm carros. Mesmo o transporte público funciona melhor para evacuar as pessoas quando mais pessoas possuem carros, uma vez que é utilizado para evacuar um número muito maior de pessoas. 

Políticas que destroem a criação de riqueza hoje significam um amanhã mais pobre do mundo, e a pobreza - não a riqueza – agrava os desastres.

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