24.12.10

Grandes Discursos do Cinema: Howard Roark - The Fountainhead


Trecho do filme "The Fountainhead", baseado na obra homônima de Ayn Rand. Resumidamente: é a história de um arquiteto brilhante e inovador que desenha um projeto residencial de nome Courtland, mas que teve seu projeto alterado sem sua permissão.


Tradução:



Juiz : A defesa pode prosseguir.

Roark : Meritíssimo, não vou chamar nenhuma testemunha. Este será o meu testemunho e meu encerramento.

Juiz : Faça o juramento.

Membro da Corte : Você jura dizer a verdade, toda a verdade, e nada além da verdade, com a graça de Deus?

Roark : Eu juro.

Milhares de anos atrás, o primeiro homem descobriu como fazer fogo. Ele provavelmente foi queimado na fogueira que havia ensinado seus irmãos a acender, mas ele lhes deixou um presente que não tinham concebido, e eliminou a escuridão da terra.

Ao longo dos séculos, houve homens que deram os primeiros passos em novos caminhos, armados apenas com sua própria visão. Os grandes criadores - os pensadores, artistas, cientistas, inventores - ficaram sozinhos contra os homens de seu tempo. Cada novo pensamento era contradito, cada nova invenção foi denunciada. Mas os homens de visão original foram em frente. Eles lutaram, sofreram e pagaram. Mas eles ganharam.

Nenhum criador foi motivado por um desejo de agradar a seus irmãos. Seus irmãos odiavam o presente que ele lhes oferecia.

Sua verdade era seu único motivo.

Seu trabalho era sua única meta.

Sua obra - não aqueles que a utilizariam.

Sua criação - e não a outros benefícios derivados dela - a criação, que deu forma à sua verdade.

Ele manteve a sua verdade acima de tudo e contra todos os homens. Ele foi à frente, quer os outros concordassem com ele ou não, com a sua integridade como sua única bandeira. Ele não serviu à nada nem à ninguém. Ele viveu para si mesmo. E só vivendo para si mesmo, foi capaz de conquistar as coisas que são a glória da humanidade. Essa é a natureza da realização. O homem não pode sobreviver, senão por sua mente. Ele vem à terra desarmado. Seu cérebro é sua única arma. Mas a mente é um atributo do indivíduo. Não existe algo como um cérebro coletivo. O homem que pensa deve pensar e agir por conta própria. A mente racional não pode trabalhar sob qualquer tipo de coerção. Ele não pode ser subordinado às necessidades, opiniões ou desejos dos outros. Não é um objeto de sacrifício.

O criador tem seu próprio julgamento, o parasita segue a opinião dos outros.

O criador pensa, o parasita copia.


O criador produz; o parasita rouba.

A preocupação do criador é a conquista da natureza; a preocupação do parasita é a conquista dos homens.


O criador exige a independência. Ele não serve nem comanda. Ele lida com os homens através da livre troca e da escolha voluntária.

O parasita procura o poder. Ele quer prender todos os homens juntos em uma ação comum e em escravidão comum. Ele afirma que o homem são apenas uma ferramenta para o uso dos outros - que ele deve pensar como eles pensam, agir como eles agem e viver em servidão altruísta e sem alegria para qualquer necessidade, exceto para a sua própria.

Olhem para a história: tudo o que temos, cada grande conquista veio do trabalho independente de uma mente independente. Todos os horrores e a destruição vieram das tentativas de forçar os homens a serem uma manada de burros, robôs sem alma - sem direitos pessoais, sem ambição pessoal, sem vontade, esperança, ou dignidade.

É um conflito antigo. Ele tem outro nome: " O indivíduo contra a coletividade"

Nosso país, o mais nobre país na história dos homens, foi construído no princípio do individualismo, o princípio dos"direitos inalienáveis" dos homens. Era um país onde um homem estava livre para buscar sua própria felicidade, para ganhar e produzir, não para desistir e renunciar; para prosperar, não para morrer de fome; para conquistar, e não para saquear; para ter como sua mais elevada posse um senso de seu valor pessoal, e como sua mais elevada virtude o respeito a si mesmo.

Olhem para os resultados. Isso é o que os coletivistas estão agora lhes pedindo para destruir, como tanto da Terra já foi destruída.

Eu sou um arquiteto. Eu sei o que está por vir a partir do princípio sobre o qual se está construindo. Estamos nos aproximando de um mundo em que eu não posso me permitir viver. Minhas ideias são de minha propriedade. Eles foram tiradas de mim pela força, pela quebra de contrato. Nenhuma chance de apelação foi deixada para mim.

Acreditava-se que o meu trabalho pertencia aos outros, para fazer o que quisessem com ele. Eles tinham um requerimento sobre mim sem o meu consentimento - que era meu dever atendê-los sem escolha ou recompensa.

Agora você sabe porque eu dinamitei Courtland. Eu projetei Courtland. Eu o tornei possível. Eu o destruí. Eu concordei em projetá-lo com o propósito de o ver construído como eu desejava. Esse foi o preço que estabeleci para o meu trabalho. Ele não foi pago. Meu prédio foi desfigurado ao capricho de outros que tomaram todos os benefícios do meu trabalho e nada me deram em troca.

Eu vim aqui para dizer que eu não reconheço o direito de ninguém para um minuto da minha vida, nem a qualquer parte da minha energia, nem a nenhuma de minhas realizações - não importa quem faça o pedido!

Tinha de ser dito: O mundo está perecendo por causa de uma orgia de auto-sacrifício. Eu vim aqui para ser ouvido em nome de todos os homens independentes que ainda restam no mundo. Eu queria dizer meus termos. Eu não quero trabalhar ou viver de quaisquer outros.

No comments: