22.3.11

Máximas de um país mínimo



Acabei de ler "Máximas de um país mínimo", do Reinaldo Azevedo. Contém doses condensadas de sabedoria, que mais parecem uma coletânea de chaves de ouro de sonetos.


Aqui vão as minhas "top 5", mas são dezenas de sínteses tão ou mais brilhantes que estas:


" No capitalismo, os negócios são feitos de acordo com a lei; no cartorialismo, as leis são feitas de acordo com os negócios; a primeira prática define uma república democrática; a segunda, uma aristocracia bananeira."


"Há quem ache que ser acusado ora de uma coisa, ora do seu contrário é sinal de que se anda pelo meio, na trilha da virtude. Não necessariamente. Pode ser apenas confusão mental."


"Estou 100% convicto da superioridade moral e do valor da democracia. E não mudaria de ideia ainda que a maioria discordasse. A democracia é tão importante, que, se preciso, tem de ser preservada da vontade da maioria."


"No petismo, quem não tem diploma se orgulha de não tê-lo; quem se orgulha de tê-lo não o tem."


"Esquerdista é todo aquele que aceita, sob certas condições, solapar a lei democraticamente instituída em nome do que entende ser justiça social. Direitista é quem não aceita esse solapamento e quer o triunfo da lei porque entende que sua transgressão gera ainda mais injustiça."

No comments: