20.11.10

Medicina: a morte de uma profissão


Trecho da Palestra "Medicina: a morte de uma profissão" ministrada pelo professor Leonard Peikoff em 14 de Abril de 1985 no Ford Hall Forum em Boston:


"Tecnologia, por si mesma, não aumenta custos; na verdade, geralmente há redução de custos à medida que há melhora na qualidade de vida. O padrão normal, como exemplificado pela indústria automotiva e de computação é: uma nova invenção é cara a princípio, de modo que apenas uma minoria pode pagar por ela. Mas os inventores e homens de negócio perseveram, objetivando os lucros que advém do mercado de massa. Eventualmente descobrem métodos melhores e mais baratos de produção. Gradualmente os custos caem até que a população em geral tenha condições de comprar. Ninguém vai a bancarrota, todos ganham.

O que leva as contas públicas à falência não é a tecnologia, mas a tecnologia introduzida em um campo por decreto do governo, separada do sistema de oferta e demanda. É isso que ocorre na medicina atualmente. Tratamentos médicos de ponta - incluindo novas invenções e procedimentos que ainda têm custo proibitivo, como transplante de fígado e hemodiálise - são financiados pelo governo para toda a população em nome da igualdade. O resultado são os gastos inacreditáveis que são feitos rotineiramente nos nossos hospitais, bem além da capacidade da maioria das pessoas. Esses gastos são particularmente evidentes no tocante aos doentes terminais, que quase sempre são cobertos por um programa de seguros apoiado pelo governo. Atualmente é estimado que 1% do PIB é gasto com pacientes terminais nas últimas semanas de vida. Vocões ouviram isso? Ou, enxergando de outra maneira: metade do gasto com saúde de um indivíduo em toda sua vida ocorre nos últimos 6 meses de sua vida.
Em uma sociedade livre, você mesmo seria responsável pela escolha: você quer reduzir seu consumo, cancelar suas férias, adiar prazeres ano após ano, de maneira a estender sua vida por algum meses em um CTI? Se você desejar isso, dentro do Capitalismo, ninguém iria interferir. Você poderia esbanjar todo seu dinheiro e ter uma gloriosa passagem pelo hospital enquanto morre. Eu não gostaria de fazer isso. Não me incomoda que um bilionário qualquer possa viver meses a mais que eu, usando um maquinário que eu nem poderia começar a pagar. Eu preferiria viver dentro dos meus padrões, aproveitar a vida e morrer um pouco antes. Mas em uma sociedade livre você não está atrelado à minha decisão; cada homem faz e financia suas próprias escolhas. O princípio moral aqui é claro: um homem tem o direito de agir para sustentar sua vida, mas não tem o direito de explorar os outros neste processo. Se ele não pode custear uma cura de ficção científica, ele deve aprender a aceitar os fatos da realidade e fazer o melhor possível.
De fato, em uma sociedade livre, os poucos que poderiam pagar pelas descobertas caras levariam, por um mecanismo normal, a ajudar a baratear os custos. Gradualmente mais e mais de nós poderiam pagar por mais e mais dessa nova tecnologia e não haveria crise nos custos da saúde. Todos iriam se beneficiar, ninguém seria explorado. Os doentes terminais não estariam roubando todos os outros de suas vidas, como está acontecendo agora, graças à intervenção do governo; os idosos não estariam devorando a substância dos jovens."

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